Só pode ressuscitar quem já morreu. Só pode experimentar a ressurreição quem passou pela morte de alguma coisa na vida, por exemplo uma pessoa da familia ou um sonho. A morte desperta aquela sensação de vazio e silêncio. É só lembrarmos o dia do sábado santo. Na morte nós sentimos que nosso chão é tirado e nos sentimos sem horizonte. Não enxergamos nada e vamos vegetando, vamos vivendo deixando a vida nos levar. A cada manhã despertarmos e praticamos o esforço da vontade pra viver. Sim, às vezes não sentimos vontade de viver mas fazemos um esforço da vontade (Padre Faccenda). Acontece de contemplarmos essa morte em nós e nos outros. E quando isso acontece, contemplamos, também, a ressurreição. Aquele sentimento de vazio vai dando espaço pra algo novo que, embora não saibamos o que é, nós sentimos esperança no nosso coração. Sentimos que algo vai chegar. Existe experiências que não podemos explicar porque o coração tem razões que a própria razão desconhece (Bleise Pascal). Por isso, acolhemos a ressurreição que vai acontecendo em nós e no outro que, também, morreu pra alguma coisa. Nesse sentido, somos testemunhas da ressurreição. Morremos e nascemos e vivemos para algo novo. Não voltamos a viver o que passou porque isso já foi, acabou, está morto. Nos vivemos o que ainda não chegou e vamos sentindo a esperança do que está nascendo. A ressurreição indica que já morremos para alguma coisa e que nascemos para alguma outra coisa mais bonita e bem melhor. Sim, que o melhor de nós apareça! Que as flores em nós apareçam!
"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção". - Rubem Alves
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