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Onde está a felicidade?

Todos anseiam pela felicidade, aspiram a ela. Mas são poucos os que a encontram, porque a buscam onde ela não existe.
Saiamos à rua. Pela ampla via caminham, apressadas, pessoas de todas as idades e condições; cada uma delas visa alguma meta onde põe uma parcela da sua felicidade. Pela parte central da rua, circulam os ônibus e automóveis e os que neles vão sentados sonham com a felicidade. Nas vitrines, oferecem-se aos transeuntes os artigos mais variados, para tornar felizes os proprietários e os compradores.
Para onde quer que dirijas o olhar, verás as pessoas sedentas de felicidade. Mas estarão todas seguras de que, no final de suas canseiras, poderão abraçar o tesouro suspirado?
Entre elas, há quem se propôs como meta acumular bens materiais: dinheiro. Mas ainda não conseguiu atingir o alvo de seus desejos e, por isso, continua ansiando. Será que o alcançará?... Quanto mais riqueza amontoa, tanto mais se anima em correr atrás dela e tanto mais a ambiciona. E, mesmo que possuísse o mundo inteiro, lançaria ainda o olhar, cheio de cobiça, para a lua. Ele quer mais, sempre mais, e anseia adquirir cada vez mais depressa e possuir por mais longo tempo.

Quantos esforços, quanto afã, quantos sacrifícios, quanta saúde lhe custou tudo  que tem, e quantos trabalhos ainda o esperam! E se lhe sobrevier uma doença? E se a sorte o abandona? E se um ladrão o rouba?...
Ao fim, chegará também a morte. E então?... Terá que deixar tudo e partir, a sós consigo mesmo, para a eternidade... O mero pensar nestas realidades envenena lhe os instantes de efêmera satisfação resultantes das vantagens obtidas.
Por conseguinte, ele ainda não tem a posse da felicidade!
Prossigamos. Sobre uma porta, há um cartaz: “Grande baile”. Enorme concorrência. Desfrutam do mundo, enquanto é possível!
Contudo, essas pessoas serão felizes? Não desejarão, porventura, algo mais, um cálice de delícias ainda maior, mais repleto, mais doce? Buscam sempre novos prazeres, mas afinal, é o tédio, os limites. Elas queriam uma felicidade sem limites, interminável...
Portanto, também eles não a acharam!
Não será acaso a glória que satisfaz o homem? Passemos o olhar pela falange de homens célebres que ocupam posições elevadas e gozam de grande fama.
Será que eles possuem o talismã da felicidade? Interroguemo-los para saber se acaso não desejam que sua glória atinja horizontes ainda mais vastos e brilhe noutros domínios.
Há, sem dúvida, entre eles quem aceitaria de bom grado essa possibilidade, pensando talvez na maneira de brilhar ainda mais. Entretanto, talvez haja outros que lhe façam sombra ou não apreciem os seus méritos. Quantos haverá, menos dignos que ele, colocados em setiais mais elevados!
Mas, afinal, a glória também é um cristal extremamente frágil. Muitos, que até há bem pouco tempo eram célebres, estão agora mergulhados na sombra do esquecimento. E, ao fim e ao cabo, também eles receberão a visita da morte...
E, depois da morte? De que lhes servirão os elogios humanos e os monumentos, se a eternidade lhes for amarga?
Também não é aí, portanto, que está a felicidade.
Além do mais, riquezas, prazeres e glórias são privilégios de poucos, mas a felicidade é um desejo de todos...

O coração do homem é demasiado grande para se satisfazer com o dinheiro, com a sensualidade ou com a fumaça da glória, que são ilusórios, embora atordoem. Ele deseja um bem mais excelso, sem limites, que dure eternamente. Este bem só está em Deus (Maximiliano Kolbe, SK 995).

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