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Mostrando postagens de abril, 2014

É bom contemplar

É bom contemplar. É verdade e realidade o que disse-me um padre “A contemplação muda a nossa vida”. É muito bom contemplar! Contemplar a vida do Senhor, mas também contemplar a nossa vida, nEle e com Ele. Contemplar as cenas dos nossos dias. Os eventos que vivemos. Hoje contemplei uma mulher. E ao contempla-la entendi que cada um existe de um modo. Ela existe servindo seu esposo, seus filhos, os vizinhos e a quem precisar. O esposo existe contando sua história de vida. E eu existo escrevendo. Contemplar é escutar e sentir sem julgar. É apenas está aí, na cena, participando, com receptividade e acolhida, do que vier e como vier, com ternura. E por fim, dar graças à Deus por isso. Contemplar desperta sentimentos de alegria e gratidão. Jesus disse aos discípulos de voltarem para a Galileia, pois, aí, eles irão vê-lo (Mt 28, 11). Voltar para a Galileia é voltar para as cenas que vivemos e contemplá-las à luz da ressurreição do Senhor!

A paixão das paciências

A paixão, a nossa paixão. É claro, nós a esperamos. Sabemos que ela virá, e naturalmente pretendemos vive-la com uma certa grandeza. O sacrifício de nós mesmos: não esperamos outra coisa senão que soe a hora. Como uma lenha atirada ao fogo, sabemos que, assim, vamos ser consumidos. Como um fio de lã cortado pela tesoura, assim, iremos ser separados. Como um animal novo que é degolado, assim, deveremos ser mortos. A paixão, nós a esperamos. Nós a esperamos, e ela não vem. Chegam, porém, as paciências. As paciências. Essas migalhas de paixão, que tem como escopo nos matar lentamente em prol da tua glória, de nós matar sem a nossa glória. Já de manhã elas aparecem diante de nós: São os nossos nervos à flor da pele e flácidos, é o ônibus que passa lotado, o leite que derrama, os limpadores de chaminé que chegam, as crianças que fazem bagunça. São os convidados que nosso marido traz para casa e aquele amigo, justamente ele, que não vem. É o telefone qu...

O cego de nascença

Ver por si mesmo graças a Deus Em certos momentos, da nossa caminhada, nos percebemos e nos sentimos como o cego de nascença (João 9, 1-38). Uma pessoa que, sentada, à beira da vida, está mendigando o olhar de outro, por não poder ver por si mesma - a vida, as pessoas, o mundo, Deus e a si próprio - até o momento em que encontra o Senhor. Este, o percebe, se aproxima, o toca, conversa. Perceber, aproximar, tocar, conversar. Ações de Jesus que afetam e curam o cego de nascença. Se antes este via conforme o olhar dos outros - que nem aproximavam-se dele por ser cego, e portanto, pecador - agora, pode dizer que vê por si mesmo. “Sou eu mesmo que vejo por mim mesmo graças a Deus”. Sentir-se percebido, tocado e estado com o Senhor, só pode conduzir a uma linda reverencia de gratidão e amor! O cego, agora, de pé na vida, com os olhos abertos, se prostra, de outro jeito, diante daquele que o cura. E... seu gesto diz por si mesmo: “Minha reverencia foi um abraço” .