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Mostrando postagens de 2017

Ítaca

Se partires um dia rumo a Ítaca, faze votos de que o caminho seja longo , repleto de aventuras, repleto de saber. Nem lestrigões, nem ciclopes, nem colério Poseidon te intimidem. Eles no teu caminho jamais encontrarás se alto for teu pensamento, se pura emoção teu corpo e teu espírito tocar. Nem lestrigões, nem ciclopes. Nem o bravio Poseidon hás de ver se tu mesmo não os levares dentro da alma, se tua alma não os puser dentro de ti. Faze votos de que o caminho seja logo. Numerosas serão as manhãs de verão nas quais com que prazer, com que alegria tu hás de entrar pela primeira vez num porto para correr as lojas dos fenícios e belas mercancias adquirir: madrepérolas, corais, âmbares, ébanos e perfumes sensuais de toda espécie, quanto houver de aromas deleitosos. A muitas cidades do Egito peregrina para aprender, para aprender dos doutos. Tem todo o tempo Ítaca na mente. Estás predestinado a ali chegar. Mas não apresses a viagem n

Escrever-se

“Pois ao lado da escolha por escrever para dar sentido à vida está presente igualmente a pulsão pela escrita de si para salvar-se da morte.  Quem escreve um diário busca, além de entender-se e ao mundo que o rodeia, colocar-se protegido do caos e do tempo que passa, inexorável.  E assim, como afirma Maurice Blanchot, salvar o vivido no escrito e salvar a vida mediante a escrita ”. (Maria Clara Bingemer)

A cura pela convivência

"Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado voltou glorificando a Deus" (Lucas 17, 11-19). Misteriosamente o Senhor nos une e reúne para trabalharmos juntos, mas também, para sermos curados juntos por meio da nossa convivência, amizade. Isso significa que a convivência se torna um espaço para compartilhar o que somos, o que trazemos dentro de nós como ouro, algo precioso. Na convivência, a nossa confissão uns aos outros é uma experiência de cura e libertação. Nos libertamos de nossas feridas ao falar delas, ao compartilha-las entre nós. Assim,  a cura vai acontecendo, misteriosamente, pela fala e pela escuta uns dos outros. Portanto, nossa convivência expressa, simbolicamente, uma ferramenta, um caminho. E é neste caminho, nesta convivência que o Senhor vai nos curando. O Senhor vai nos curando pelo caminho.  No caminho percebemos que somos curados.  Nos voltamos a Ele para agradecer.

Tudo passa. Também o luto!

Tudo passa. Também o luto. Também o luto de um amor verdadeiro. Quando o luto passa a gente se abre a um novo amor. A gente recomeça, a gente começa de novo, de um jeito novo. A gente guarda a memória do que foi bom, a memória do que aprendemos com o que não foi bom com o amor que se foi. Guardamos a memória de tudo o que nos ajuda a não fazer do mesmo jeito, pra não ter o mesmo resultado. Guardamos a memória pra fazer diferente. Sim em todos os momentos da vida. Sim, também hoje. Sim, também agora. Sim ao fim do luto. Sim, a tudo o que foi vivido. Sim, a tudo o que há de vir. Sim, sempre sim. Sim, após o luto. Não obstante a nossa tristeza, desilusão, ao nosso sentir-se a beira do caminho, por causa do luto, o Senhor olha por nós e nos concede sua graça e misericórdia. O luto acabou graças à Deus. 

O ensino do Mestre, Jesus

Quem ama tem autoridade. Quem tem autoridade serve! Quem ama tem autoridade. Quem não ama tem domínio. Quem ama ensina com autoridade. Quem não ama ensina com dominação. Jesus ensina com amor, por isso, tem autoridade. As pessoas ficam admiradas com o seu ensinamento porque é novo, é diferente, é envolvente! Ensinar com amor é um ensinamento diferente. Na experiência de ensinar, seja quando somos ensinados ou ensinamos, somos envolvidos ou pela dominação ou pela amorosidade. O que escolhemos? Ou o que nos toca? Ensinar de um jeito diferente, envolvendo a pessoa toda, despertando nela sentimentos de admiração e encanto, pela maneira com a qual aprende, e guardando com respeito, junto com ela, o conteúdo aprendido é a lição que recebemos do Senhor, ao deixar que a Sua vida nos ilumine.

Caminha, caminha

Caminhar é como trabalhar! Precisamos ir todos os dias, regularmente, independente da vontade, ou seja, com ou sem vontade, temos que ir. É como um imperativo! Um dos benefícios do trabalho é o dinheiro que nos alimenta e sustenta. Um dos benefícios da caminhada é o alivio do coração e da mente. Enquanto caminhamos, confessamos quem somos! A caminhada serve como uma oração que, regulamente, torna-se um ritmo. Cada passo é uma prece. Cada percurso é um exame da consciência e do coração. Cada parada é uma retomada e um respiro de gratidão. Quem caminha não apenas caminha. Quem caminha reza e se deixa estar com Deus. Caminha. Caminha.